MENSAGEM do PAPA PAULO VI




Trecho da Mensagem do Papa Paulo VI,

enviada ao povo brasileiro por ocasião do início da
CAMPANHA da FRATERNIDADE de 1972
Lema: “DESCUBRA  a  FELICIDADE  de  SERVIR!”




Amados Filhos do Brasil,


Servir: palavra mágica e galvanizante, sobretudo para os jovens; e o Brasil é urna nação onde predominam os jovens. Por toda a parte se nota, entre a juventude, sede de ideal, numa procura, às vezes impulsiva, de um sentido para a existência.
Pois bem: onde encontrar esse sentido? Cristo fornece urna pista, com o Seu exemplo: «Aquele que entre vós quiser ser grande, seja o vosso servo. E quem de entre vós quiser ser o primeiro, seja o vosso servo. Do mesmo modo que “o Filho do homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a Sua vida como resgate por muitos» (Mt 20, 26-28).
E como servir? Imitando Cristo e observando o «mandamento novo» que d’Ele recebemos: «quem ama a Deus, ame também o seu irmão» (Jo 4, 21), demonstrando-lhe esse amor por todos os meios ao seu alcance. E isso exige renúncias, identificação, de algum modo, com a pessoa amada, e muita generosidade.
Olhai ainda para Cristo: Ele, para nos promover, o que fez? «Despojou-se» do melhor que tinha, a condição divina; depois, colocou-se no nosso lugar, assumindo a «condição de servo»; e levou a Sua generosidade até ao ponto de humilhar-se a Si mesmo, «até à morte e morte de cruz» (Cfr. Flp 2, 7-8). E foi com este amor, posto em prática, que nos tornamos nada menos que filhos de Deus.
Depois, considerai o que o mesmo Cristo ensina, sobre aqueles a quem devemos servir e que encontramos por toda a parte – nas cidades, nos campos, nos subúrbios e nas favelas; eles são os «mais pequeninos», a estender-nos a mão, a solicitar a nossa ajuda e o nosso amor. Mas têm urna dignidade, que há-de ser respeitada: «o que fizestes a um destes meus irmãos, mais pequeninos, a mim o fizestes» (Mt 25, 40).
Este respeito, até à identificação de sentimentos, cria o clima de simpatia, onde desabrochará em obras de misericórdia, espirituais e temporais, o amor desinteressado, o único que constrói a autêntica fraternidade.
«Todos os homens são meus irmãos». Por isso, há que promovê-los, levar os «mais pequeninos» a comungar, na verdade e no amor, os bens da família humana. Isso é o alicerce de toda a justiça e equidade, que garante a nossa própria felicidade, na paz e na alegria.
E nós, cristãos, se queremos descobrir e viver, com Cristo, a felicidade de servir, ternos que morrer com Cristo, para o individualismo, para o egoísmo e para o isolamento, a fim de ressuscitar com Cristo, para as alegrias da Páscoa:
«Fazei-vos servos uns dos outros, pela caridade» (Gal 5, 14).
Que a isso vos anime a força de Deus, que, para todos vós, imploramos, ao abençoar-vos:
Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amem!
Papa PAULO VI

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