O CACHORO E O PRESO – 03 de março 2010



A “FOLHA DE SÃO PAULO” publicou, neste domingo, dia 28 de fevereiro, no caderno Cotidiano,   reportagem que teve como título:
DIA DE CÃO”...  “CRECHE PARA CACHOROS SE ESPELHAM EM ESCOLA INFANTIL”.
 Em outra reportagem, no mesmo caderno, foi publicada  outra reportagem sobre a
“VIDA NO CARCERE.  PRESOS  FICAM  21 HORAS  POR DIA SEM ÁGUA EM PENITENCIÁRIA SUPERLOTADA”.

Para quem tem um mínimo de sensibilidade, não é necessário nenhum comentário. É  lamentável o que  nos relatam essas reportagens. Os animais têm   valor, porque também foram criados  por Deus. Gostar de cachorros faz  bem para muitas pessoas, inclusive  para crianças e idosos.  O problema é a supervalorização de animais e a desvalorização do ser humano. 
Estamos solidários com as populações que sofrem a violência das águas, dos terremotos. São milhares as   que morreram, as que perderam tudo. Difícil imaginar quanta dor e sofrimento. 
Ao mesmo tempo, pessoas, grupos, movimentos, diversas organizações vão reunindo donativos para enviar aos flagelados. Governantes de muitos países prometem enviar recursos humanos e materiais às nações atingidas. 
A solidariedade é o maioor sinal de que amamos todas as pessoas, sem nenhum preconceito. Sinal de que aceitamos o ideal maior proposto por Cristo: a fraternidade.

Nesse clima de solidariedade, deveríamos nos revoltar diante do “endeusamento” que muitas pessoas e grupos fazem de certos animais, como a notícia sugere. Revolta maior ainda  deveríamos manifestar quando tomamos conhecimento  de como são  tratadas pessoas humanas, mesmo que possam ser criminosas.  Quem nega água a um ser humano, quem “amontoa” pessoas humanas em “presídios superlotados”, sem um mínimo de condições para viverem,  repito,  mesmo que sejam criminosos,  não esta também cometendo crime?

Diversas Igrejas Cristãs do Brasil estão promovendo a CAMPANHA da FRATERNIDADE ECUMÊNICA  que  tem como grande objetivo
"Colaborar na promoção de uma economia a serviço da vida, fundamentada no ideal da cultura da paz, a partir do esforço conjunto das Igrejas Cristãs e de pessoas de boa vontade, para que todos contribuam na construção do bem  comum em vista de uma sociedade sem exclusão".

Convido os leitores deste Blog a continuarem  esta reflexão.
- Você acha normal o tratamento que é dado a certos animais?
- Se dependesse de você,  como trataria os presos para que tivessem  condições de recomeçar nova vida?
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A VIDA DE CADA UM,  LIGADA À VIDA DE TODOS

"Não somente recebemos a vida de graça, mas dependemos uns dos outros. Constituímos a "família humana", única e rica na sua grande diversidade. Nascemos para conviver. Somos responsáveis por nossos irmãos e irmãs, seja qual for o lugar onde vivem, perto ou longe de nós. Em correspondência aos direitos existem, portanto, deveres e responsabilidades de cada pessoa para com a outra, para a nossa comunidade familiar e para a sociedade como um todo. Aprender a solidariedade significa amar o próximo também nas dimensões globais, em uma interdependência mundial. Na nossa sociedade, a vida humana e o meio ambiente em que os sistemas vivos se perpetuam sofrem ameaças diretas e indiretas. A maneira de organizar a sociedade na economia e na política, nas leis e nos governos e serviços, afeta diretamente a dignidade humana e a capacidade dos indivídu­os de se aperfeiçoarem na família e na sociedade. Cada pessoa tem o direito fundamental à vida e, portanto, o direito a todas as coisas necessárias para uma vida de qualidade. As pessoas têm direito a viver e a satisfazer as necessidades básicas. Essas não consistem apenas em alimentação, vestuário e moradia, mas também educação, saúde, segurança, lazer, garantias econômicas e oportunidades de desenvolver todas as capacidades de que uma pessoa é dotada”
Texto Base da Campanha da Fraternidade Ecumênica, n. 24.

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