EVANGELHO DE LUCAS 13, 6-9
“Jesus contou esta parábola:
“Certo homem tinha uma figueira
plantada na sua vinha. Foi lá procurar figos e não encontrou. Então disse ao
agricultor:
‘Já faz três anos que venho procurando figos nesta figueira e nada
encontro. Corta-a! Para que está ocupando inutilmente a terra? ’
Ele, porém, respondeu: ‘Senhor, deixa-a ainda este ano. Vou cavar em
volta e pôr adubo. Pode ser que venha a dar fruto. Se não der,
então a cortarás”
Estamos no tempo da Quaresma, os 40 dias de preparação para a
celebração da Páscoa, celebração da Ressurreição de Jesus Cristo .
Somos convidados a participar de uma nova Páscoa, celebração de vida
nova que desejamos começar.
Na Quaresma, procuramos viver, de modo mais intenso, o processo de
conversão. Revendo nossa vida, procuramos descobrir em que estamos
falhando mais na vivencia do amor, da
fraternidade. Com a graça de Deus e esforço pessoal, queremos mudar – converter-nos - nossa vida, A fé se realiza nas obras, no amai-vos uns
aos outros, como ensina Jesus.
Como aconteceu com a figueira, temos mais um ano para dar frutos de
caridade. Para isso a Campanha da
Fraternidade nos convida a sair do nosso pequeno mundo, do egoísmo, e ir ao
encontro dos irmãos marginalizados.
É hora de nos perguntarmos: como procuramos
amar os pobres? Em que estamos partilhando nossas vidas?
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TEXTO BASE da Campanha da Fraternidade Ecumênica, n. 46
"Os pobres não são apenas
destinatários
de nossa compaixão"
de nossa compaixão"
"É verdade que é preciso promover, com urgência e eficiência, os
direitos dos pobres e organizar a sociedade de modo a lhes facilitar o ingresso
na cidadania plena. Entretanto, é importante também valorizá-Ios, mesmo em sua
pobreza, como pessoas capazes de dar-nos lições de vida, gerando ao invés do
preconceito o respeito. A vida sofrida de tantas famílias que lutam, não só
para sobreviver, mas também para dar um futuro melhor a seus filhos e filhas, é
fonte de edificantes exemplos para a vida vazia de muitos que ostentam sinais
de prosperidade. Em vez de considerar "importantes" só os bem
vestidos que esperam até certa reverência pela sua posição social, seria
preciso aprender a admirar os pobres, aqueles que lutam com muito menos
recursos e se tornam em um sentido bem mais profundo grandes pessoas. Com seu
trabalho constroem os alicerces da vida em sociedade, em atividades diversas.
Não precisam apenas ser socorridos, mas também devem ser ouvidos, levados a
sério, valorizados em suas capacidades e potencialidades. Com isso todos
ganhariam, também os que não são hoje pobres, porque seria melhor este único
mundo onde todos têm o direito de viver.
Foi com este espírito que Dom Helder Câmara compôs o seguinte poema,
baseando-se na parábola evangélica do rico e do pobre Lázaro:
APELO A
LÁZARO
“Pelo
amor que tenho aos ricos
- a quem
não devo julgar,
a quem
não posso julgar
e que
custaram
o sangue
de Cristo
eu te
peço, Lázaro,
não
fiques nas escadas
e não te
deixes enxotar ...
Irrompe
banquete adentro,
vai
provocar náuseas
nos
saciados convivas.
Vai
levar-lhes
a face
desfigurada de Cristo
de que
tanto precisam
sem saber e sem crer”.

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