A FIQUEIRA QUE NÃO DAVA FRUTOS – 07 de março 2010


EVANGELHO DE LUCAS 13,  6-9

Jesus contou esta parábola:
 “Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha. Foi lá procurar figos e não encontrou. Então disse ao agricultor:
‘Já faz três anos que venho procurando figos nesta figueira e nada encontro. Corta-a! Para que está ocupando inutilmente a terra? ’  
Ele, porém, respondeu: ‘Senhor, deixa-a ainda este ano. Vou cavar em volta e pôr adubo.   Pode ser que venha a dar fruto. Se não der, então a cortarás”

Estamos no tempo da Quaresma, os 40 dias de preparação para a celebração da Páscoa, celebração da Ressurreição de Jesus Cristo .
Somos convidados a participar de uma nova Páscoa, celebração de vida nova que desejamos  começar.
Na Quaresma, procuramos viver, de modo mais intenso, o processo de conversão. Revendo nossa vida, procuramos descobrir em que estamos falhando  mais na vivencia do amor, da fraternidade. Com a graça de Deus e  esforço pessoal, queremos mudar – converter-nos  -  nossa vida,  A fé se realiza nas obras, no amai-vos uns aos outros, como ensina Jesus.
Como aconteceu com a figueira, temos mais um ano para dar frutos de caridade.  Para isso a Campanha da Fraternidade nos convida a sair do nosso pequeno mundo, do egoísmo, e ir ao encontro dos irmãos marginalizados. 
É hora de nos perguntarmos: como procuramos amar os pobres? Em que estamos partilhando nossas vidas?
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TEXTO BASE  da Campanha da Fraternidade Ecumênica, n. 46

"Os pobres não são apenas destinatários 
de nossa compaixão"

"É verdade que é preciso promover, com urgência e eficiência, os direitos dos pobres e organizar a sociedade de modo a lhes facilitar o ingresso na cidadania plena. Entretanto, é importante também valorizá-Ios, mesmo em sua pobreza, como pessoas capazes de dar-nos lições de vida, gerando ao invés do preconceito o respeito. A vida sofrida de tantas famílias que lutam, não só para sobreviver, mas também para dar um futuro melhor a seus filhos e filhas, é fonte de edificantes exemplos para a vida vazia de muitos que ostentam sinais de prosperidade. Em vez de considerar "importantes" só os bem vestidos que esperam até certa reverência pela sua posição social, seria preciso aprender a admirar os pobres, aqueles que lutam com muito menos recursos e se tornam em um sentido bem mais profundo grandes pessoas. Com seu trabalho constroem os alicerces da vida em sociedade, em atividades diversas. Não precisam apenas ser socorridos, mas também devem ser ouvidos, levados a sério, valorizados em suas capacidades e potencialidades. Com isso todos ganhariam, também os que não são hoje pobres, porque seria melhor este único mundo onde todos têm o direito de viver.
Foi com este espírito que Dom Helder Câmara compôs o seguinte poema, baseando-se na parábola evangélica do rico e do pobre Lázaro:

APELO A LÁZARO
“Pelo amor que tenho aos ricos
- a quem não devo julgar,
a quem não posso julgar
e que custaram
o sangue de Cristo
­eu te peço, Lázaro,
não fiques nas escadas
e não te deixes enxotar ...
Irrompe banquete adentro,
vai provocar náuseas
nos saciados convivas.
Vai levar-lhes           
a face desfigurada de Cristo
de que tanto precisam
sem saber e sem crer”.

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